Quarta-feira, 25 de Agosto de 2010

F for Fake (1973) Orson Welles

Este mix de documentário com ficção cómica centra-se em quatro "personagens": Elmyr de Hory, o maior falsificador de arte de sempre com obras (que se faziam passar por as de ilustres pintores) expostas nos maiores museus do mundo; Clifford Irving, o escritor encarregue de escrever um livro que prove a farsa que Elmyr é mas que se revela ele próprio também um falsificador ao escrever uma falsa biografia de Howard Hughes; Oja Kodar, que assume ter sido modelo para 22 quadros de Pablo Picasso nunca revelados ao público; e o próprio Orson Welles, que retoma aos seus velhos dias de façanhas como o histórico mal entendido da Guerra dos Mundos.

São abertas as portas para Orson Welles dissecar livremente a semente da mentira. De uma forma intrigante e com ajuda de uma edição brilhante, Welles humilha ao mesmo tempo que retrata casos únicos da falsidade e da falta de valores existentes na arte. 

A sua abordagem cínica não retira qualquer seriedade ao objecto em exploração, e os seus principais alvos mirados (Elmyr e Irving) não são mais que dois rastilhos contemplativos, já que para além de informativo o filme é também uma discussão da moralidade da criação criativa e um bom exemplo de como a arte não deve ser feita.

As metáforas usadas por Welles (como os truques de magia aparentemente desencaixados do resto da trama) estão perfeitas ao expor brilhantemente a ilusão quase mágica que envolve toda a esta falsidade tornando-a quase verdadeira.

F for Fake é um documentário impossível de não se gostar, já que com o teor cómico sem cair no exagero ou despropositado consegue retratar com eficácia questões como a natureza da arte e a sua relatividade, a verdade e a mentira.

 



publicado por Diogo às 02:07
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1 comentário:
De Vania Morais a 25 de Agosto de 2010 às 09:04
Muito obrigada pelo comment! Aconselho vivamente o livre já que ele o escreveu quase em simultâneo com a rodagem do filme. Teoricamente, trata-se de um romance mas a verdade é que é uma descrição verbal daquilo que vemos no filme e especialmente daquilo que Pasolini quis transmitir! Adorei os dois!

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