(Voltando ao Ciclo planeado para este mês)
Stranger than Paradise é uma das primeiras obras de Jarmusch e provavelmente a que mais o notabilizou como um peso pesado do cinema independente americano.
O filme plana todo num ambiente perfumado a independência e esta obra é considerada um marco histórico no cinema de baixo orçamento.
A história está dividida em três actos e consiste simplesmente na ida de dois amigo a Cleveland visitar a prima de um deles. Propositadamente minimalista o enredo é só uma forma de justificar as cenas e o seu propósito, já que ocultamente o grande objectivo do filme é mesmo só brincar com a intensidade de ambientes e com a forma como estes contagiam o público, transmitindo uma aparente realidade palpável e reconhecivel.
Cada cena é filmada num só take de um só ângulo e a separação destas mesmas é feita por "fade ins" e "fade outs".
Eu sinceramente sinto-me um tanto burro ou deslocado por ser a única pessoa no mundo que desvaloriza a suposta obra-prima de Jarmusch. Encontrei críticas que chegavam mesmo a elevar a obra a um patamar histórico; agora eu achei o filme uma autêntica brincadeira e sem a mínima dúvida que Stranger than Paradise é até hoje um dos filmes que mais me faz acreditar que a arte é de facto muito relativa.
O filme não deslarga aquele ar estudantil forçado; as interpretações são de rir: John Lurie é um badass com classe (ao menos tenta) que nunca para de mastigar broa (é o que aparenta) e Eszter Balint é ridícula e completamente irritante, um diálogo entre os dois protagonista que ocorre à porta do apartamento fez me rir muito (consegui decorar o diálogo e tudo), quase que parecia propositado, tudo tão mal dito tudo tão mal encaixado tudo tudo falso!
Pronto a ideia da câmara estática e tudo num só take com os fades a recolocar as cenas tem a sua piada, mas por amor de Deus! Todo o filme!? as cenas desrespeitam-se umas a seguir ás outras consecutivamente, Jarmusch encorna as cenas.
E pouco me importa que seja tudo parte da experiência visual inovadora; Jarmusch conseguiu simplesmente retratar o enfadonho de uma maneira enfadonha e fazer tudo isso parecer algo extremamente "cool" e sedutor. É uma piada, é mesmo uma piada as pessoas dizerem que Jarmusch apenas colocou uma janela e que tudo que nós vemos é a poesia da realidade, tudo parece tão natural e vivo (!?) (é uma encenação com um propósito óbvio!)
Tudo parece falso, tudo parece ter um rumo, nada parece minimalista pois o seu objectivo é claramente transcendental à história, vê-se a quilómetros que o fluxo de história é guardado na gaveta (propositadamente).
Stranger than Paradise tem o seu valor e é o suor de alguém que tentou fazer algo novo com o que pôde, a isso tiro o chapéu, mas só a isso!
O filme está manchado de cenas que apetece meter o dedo na boca e revirar os olhos, cenas como a adolescente húngara a dançar com um cigarro na mão, cambaleando ao som da música (mas que cuel/cool!).
Mesmo assim esta obra não é um total desperdício de tempo, e é sem dúvida um bom tema de discussão, já que conseguiu hipnotizar meio mundo de cinéfilos menos a mim.
Concluindo: Um filme a rever e a mastigar
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