Passado nas docas de Hoboken, On the Waterfront focasse na exploração dos trabalhadores, na forma imperativa como este são calados e no completo medo em testemunhar.
Nos dias de hoje o que é mais arrebatador nesta obra que arrecadou oito Óscares nos seus dias, são os seus elementos não políticos que convergem numa manifestação jurídica (despindo a aparência de critica social), as brilhantes actuações (Marlon Brando num dos seus papeis mais emblemáticos), e o genuíno e tocante romance entre um rebelde agonizado e fragilizado, Terry Malloy (Marlon Brando), e uma inocente rapariga das redondezas, Edie Doyle (Eva Marie Saint).
Elia Kazan revela-se um mestre na direcção do actor, criando para além dos dois protagonistas, personagens que equilibram na perfeição a trama do filme: Johnny Friendly, o corrupto cabecilha da máfia local; Karl Malden, o padre egoísta que não consegue ter a influência nos trabalhadores que desejaria e Charlie the Gent (Rod Steiger), o irmão mais velho de Terry, aquele que o levou ao abismo.
Marlon Brando desempenha com mestria o papel de um homem preso na sua própria vida, o seu jogo de expressões faciais tornam-se tão memoráveis e icónicas como os seus gastos vestimentos. Arrisco em dizer que Marlon Brando não vestiu o papel de Terry Malloy, Brando criou Terry Malloy e a sua representação fixa-se como um dos maiores tesouros deste filme.
Saint, combina e contrasta a sua personagem na perfeição com a de Brando, criando uma sintonia de "dependência" entreos dois, um sobressai-se ainda mais com a força com que o outro desempenha o seu papel.
Esta obra retrata sobretudo a revolução interior, e a exploração de um eu adormecido, acordado por elementos externos (de novo inevitavelmente Brando a "necessitar" de Saint) a compensação do passado com a força do presente e o poder da redenção. O filme cresce à medida que o casal protagonista se vai descobrindo e moldando. Não sei se intrepertei mal, mas este filme retira força à igreja na hora da revolução por direitos humanos, a personagem do padre egoísta que tentava criar uma revolução revela-se descartável (propositadamente); achei isso genial já que apesar de algum tempo de antena esta personagem não consegue ter de todo nenhuma força sobre o fluxo ou as personagens e mesmo na cena final quando ajuda a fechar o pano, ficasse com a sensação de que está ali apenas um reparo com pernas, nós não necessitamos de forças divinas para batalhar com nós próprios e a total depencia entre Terry e Edie é a prova disso.
Uma das cenas mais emblemáticas deste filme (a cena no taxi entre os dois irmãos Malloy, citada no Touro Enraivecido) tirou me do sofá, e passados mais de 50 anos conserva todo o seu impacto tornando-se em algo imortal.
Um filme de inegável força e de inegável "conservação" um clássico obrigatório.
"You don't understand. I coulda had class. I coulda been a contender. I coulda been somebody, instead of a bum, which is what I am, let's face it."
. Rosemary's Baby (1968) Ro...
. Il Gattopardo (1963) Luch...
. Du Levande (2007) Roy And...
. Onde Jaz o Teu Sorriso? (...
. La Strada (1954) Federico...
. Nostalghia (1983) Andrey ...
. Au Hasard Balthazar (1966...
. Trash Humpers (2009) Harm...
. #
. 24 City
. A
. Audition
. B
. Brüno
. Bubble
. Bully
. C
. Cat Soup
. D
. E
. F
. Festen
. G
. Ghost Dog: The Way of the Samurai
. H
. Happiness of the Katakuris, The
. Hausu
. Hunger
. I
. If....
. Imaginarium of Doctor Parnassus, The
. J
. K
. Kids
. Kikujiro
. L
. L.I.E.
. M
. Matador
. N
. O
. Oddsac
. P
. R
. Ran
. S
. Shadows
. Shorts
. Sonatine
. Splice
. Story of the Late Chrysanthemums, The
. T
. Teorema
. Texas Chainsaw Massacre, The
. U
. V
. W
. Z
. Zebrman
. Novidades