Criei esta lista para me poder organizar. Uma obra de cada um dos 29 realizadores mais influentes (para mim), grande parte das obras na lista nunca as vi, uma outra vão ser revistas mas já indico quais são
Michelangelo Antonioni - L'Eclisse
Ingmar Bergman - Det Sjunde Inseglet/ Sétimo Selo
Robert Bresson - Pickpocket
Luis Buñuel - Viridiana
Charlie Chaplin - The Gold Rush
Francis Ford Coppola - Tetro
Carl Theodor Dreyer - La Passion de Jeanne D'Arc
Sergei Eisenstein - Bronenosets Potyomkin/ Couraçado Potemkin (rever)
Federico Fellini - La Dolce Vita
John Ford - The Searchers
Jean-Luc Godard - Le Mépris
D.W. Griffith - The Birth of a Nation
Alfred Hitchcock - North by Northwest
Stanley Kubrick - Paths of Glory
Akira Kurosawa - Kagemusha
Frtiz Lang - M
David Lynch - Elephant Man (rever)
Kenji Mizoguchi - Zangiku Monogatari/ The Story of the Late Chrysanthemums
F.W.Murnau - Nosferatu
Pier Paolo Pasolini - Saló
Jean Renoir - La Grande Illusion
Eric Rohmer - L'Ami de Mon Amie
Roberto Rosselini - Roma, Città Aperta
Martin Scorsese - After Hours
Andrei Tarkovsky - Solaris
François Truffaut - Jules et Jim
Luchino Visconti - Il Gattopardo
Orson Welles - The Lady from Shangai
Yasujiro Ozu - Tokyo Twilight
Clive (Adrien Brody) e Elsa (Sarah Polley) um talentoso casal de engenheiros genéticos, especializados em fundir ADN de diferentes animais e assim criar novos seres. Só que o casal decide juntar ADN humano nessa mixórdia e assim criar um espécime que revolucionara o mundo da ciência. O projecto rapidamente se torna ilegal devido ao impedimento da companhia, o jovem casal não baixa os braços e inicia as experiências em total segredo; o resultado é Dren, que ultrapassa todas as expectativas. Primeiramente Dren não passa de uma nova espécie selvagem, só que gradualmente a sua inteligência vai aumentando e a assimilar-se com a de um humano.
O canadiano Vincenzo Natali (auto do célebre "Cubo") embarca num típico projecto de terror frankensteinesco com o intuito de o inovar. À partida Splice é uma obra bastante promissora e no seu início não nos deixa ficar mal. O que parecia ser uma complexa história em potência onde a ambição cientifica e os fantasma do passado comandam o terrível fado, revela-se uma construção sem base coerente.Os problemas de maternidade, o estranho e por vezes perverso fascínio por Dren que aos poucos se vai assemelhando a uma mulher não passam de simples macacadas que apimentam o último e grande choque que o filme tem para dar. O filme não é assim tão superficial mas aparenta-o, apercebi-me de que a exploração de Natali residia nos instintos animais que habitavam no interior de uma Dren já humana, uma experiência que se revela em certo ponto estável, mas que não o é...a educação de Dren tanto pode ser assemelhada ao de uma criança como o de uma cria logo o filme tem uma forma bipartida de se apresentar e para o espectador Dren vai se definindo como racional ou irracional, nunca um mix das duas.
Infelizmente Natali suavizou o seu estudo e simplesmente nos apresentou fáceis momentos fofos do crescimento deste espécime, deu-nos tempo que chegasse e sobrasse para o estranho ser cair nas nossas graças; com um timing perfeito o dócil é sobreposto pelo imoral e o choque é distribuído com impacto.
A bipolaridade de Splice condena-o, o que parecia ser uma experiência intrínseca aliada a dramas como a maternidade revela-se uma simples experiência visual muito ao género de Cronenberg, só que esta indefinição não deixa nenhuma das duas opções brilhar o que podia. Ainda assim não se pode tirar valor à sagacidade com que algumas cenas são feitas ou ao brilhante trabalho visual do filme.
Resumindo: um desaproveitamento e um filme com pouco charme, nas mãos de outro autor esta obra conseguiria atingir outros patamares.
Fábrica 420 (especializada em equipamentos aeronáuticos) fecha após longos anos de actividade para dar lugar a 24 City um complexo de apartamentos luxuosos. Passado nos dias de hoje, em Chengdu, três gerações/ oito personagens contam as suas histórias passadas/relacionadas com a fábrica. Histórias que definem épocas. A "história" da China
Já que o filme é um documentário conjunto com drama os intérpretes variam entre entrevistados reais e as suas histórias verídicas a e actores; as suas memórias funcionam com a mesma intensidade ao descrever a história tumultuosa da China nas últimas décadas.
A fotografia é brilhante e o cenário varia entre as ruínas da fábrica 420 e a província de Shankzi onde os entrevistados habitam. A fotografia desdobra-se entre o destrutivo melancólico e a aparente aceitação do fim, paira sempre uma aura de nostalgia durante todo o filme; a fotografia torna-se assim um elo indispensável no seguimento deste filme já que para além de bonita também se revela "influente" na narração do filme, vinca as memórias dos ex-trabalhadores e o drama que gerações passaram.
Zhangke aposta bem ao não atacar directamente a política e ao simplesmente expor oito indivíduos apanhados no meio da história do país. É óbvio também que os oito entrevistados funcionam como uma grande sinédoque.
Esta obra poderia ser um grandioso filme se não se tivesse prendido em versos. O autor tentou "melanconizar" a mais o documentário tornando-o pouco cru. A forma poética emaranha-se no peso das memórias suspensas nas ruína e a suposta missão informativa parece de certo modo estancar-se.
Este filme merecia nota melhor, mas foi um total desaproveitamento e só por um pequeno grande promenor é que não se elevou para outro patamar. Zhangke tentou dar um toque seu à história do seu país acabando por condenar a sua obra.
Este mix de documentário com ficção cómica centra-se em quatro "personagens": Elmyr de Hory, o maior falsificador de arte de sempre com obras (que se faziam passar por as de ilustres pintores) expostas nos maiores museus do mundo; Clifford Irving, o escritor encarregue de escrever um livro que prove a farsa que Elmyr é mas que se revela ele próprio também um falsificador ao escrever uma falsa biografia de Howard Hughes; Oja Kodar, que assume ter sido modelo para 22 quadros de Pablo Picasso nunca revelados ao público; e o próprio Orson Welles, que retoma aos seus velhos dias de façanhas como o histórico mal entendido da Guerra dos Mundos.
São abertas as portas para Orson Welles dissecar livremente a semente da mentira. De uma forma intrigante e com ajuda de uma edição brilhante, Welles humilha ao mesmo tempo que retrata casos únicos da falsidade e da falta de valores existentes na arte.
A sua abordagem cínica não retira qualquer seriedade ao objecto em exploração, e os seus principais alvos mirados (Elmyr e Irving) não são mais que dois rastilhos contemplativos, já que para além de informativo o filme é também uma discussão da moralidade da criação criativa e um bom exemplo de como a arte não deve ser feita.
As metáforas usadas por Welles (como os truques de magia aparentemente desencaixados do resto da trama) estão perfeitas ao expor brilhantemente a ilusão quase mágica que envolve toda a esta falsidade tornando-a quase verdadeira.
F for Fake é um documentário impossível de não se gostar, já que com o teor cómico sem cair no exagero ou despropositado consegue retratar com eficácia questões como a natureza da arte e a sua relatividade, a verdade e a mentira.
Mr.Fox (George Clooney) uma raposa que não consegue controlar os seus instintos de predador, envolve a sua família e os seus amigos numa vingança feita por três agricultores furiosos por serem sistematicamente humilhados pela astuta raposa quando esta lhes mata as galinhas.
Baseado no conto de Roald Dahl, Anderson alarga a história com a ajuda de Noa Baumbach (com quem também fez parceria em The Life Aquatic with Steve Zissou) mantendo a obra num conto curto sem lhe tirar qualquer magia, antes pelo contrário.
A obra retrata o egoísmo, os instintos e também aborda as inseguranças na adolescência, temas muito correntes mas que ao serem abordados em tal ambiente como o stop-motion são desde logo recebidos de braços abertos. A maneira como a história é contada e o ambiente de fantasia em que se desenrola retira qualquer vulgarismo à peça de estudo.
O ponto forte do filme é obviamente a forma minuciosa como o stop-motion é criado: o stop-motion é desde já uma tarefa titânica e por si mesmo uma façanha digna de dar valor, mas por ser arduo não se torna desleixado e o filme visualmente está imaculável, desde a roupa aos cenários ou ao design das personagens.
A "modéstia" narrativa que alberga grande parte do filme não deixa na mesma de proporcionar momentos únicos tais como o monólogo final no super-mercado; ainda assim a vulgaridade da linha de acção apesar de aparentemente esquecida não consegue de todo ajudar o filme a elevar-se um pouco mais; mas fiquei com a ideia de que também não era esse o seu propósito.
O filme desenrola-se não para ser uma animação épica mas sim uma obra curta e familiar. Fantastic Mr.Fox é um filme que funciona como um conto que contêm tanto os elos familiares como a aceitação e a amizade; e há algo de fantástico nisso.
De uma forma nova, Wes Anderson deixa de novo o seu cinema característico bem destacado
Finalmente saiu o trailer da tão aguardada obra de Gaspar Noé, isto sim cheira a fresco e novo
http://trailers.apple.com/trailers/independent/enterthevoid/
Um techno suavemente melancólico acompanha Vicky (Qi Shu) enquanto esta percorre um túnel banhado de uma luz azul. A jovem caminha em câmara lenta e uma vez por outra ela olha para trás, olha para o seu passado sem deixar de caminhar, leve decidida e aliviada neste túnel que é a sua vida. Ouvimos em voz off a jovem e ficamos a saber que aquele momento de epifania fora vivido 10 anos atrás, em 2001, após o fim de uma relação conturbada. Esta breve introdução do filme cria a fugaz sensação de leveza, sensação essa que dita a maneira de encarar a vida de cada uma das personagens; sobretudo da protagonista, que em dez anos simplesmente coleccionou fragmentos suspensos do tempo, sem ambição sem direcção.
O cinema de Hou Hsia-Hsien é um cinema inteiramente intuitivo sem se desligar da interpretação crítica de cada espectador. Hou aproxima-se da sua matéria de análise quase que de uma maneira fenomenológica: amorosa e desinteressadamente sonda-a, sente a sua pulsação, sem a recomendar ou condenar. Desta forma de encarar o objecto nasce tanto um naturalismo tosco como um artificialismo rebarbativo - a realidade é sentida de uma forma intensa e humana.
Grande parte de Millennium Mambo é passado dentro de clubes nocturnos, onde seguimos os passos de Vicky, dividida entre o agressivo e neurótico DJ Hao-Hao (Chun-Hao Tuan) e o taciturno paternalista Jack (Jack Kao). Estes conflitos emocionais não se tratam de um triângulo amoroso emerge em conflitos, mas sim de uma história deliberadamente pobre em peripécias, porém rica em humanidade; a quase inexistência de "ficção" permite que a realidade aflore.
Nós temos de nos deixar embarcar neste filme para o podermos sentir; não existe qualquer delineamento psicológico da protagonista ou qualquer princípio moral nítido, a análise psicológica do espectador provem só depois de uma bela viagem sensorial. Quanto maior é a naturalidade com que Hou renuncia às subtilezas psicológicas, mais o filme se assemelha a sua própria experiência; a profundidade é substituída pela intensidade.
O peculiar realismo deste autor enche-nos de uma tremenda sensação de conforto mas ao mesmo tempo distancia-nos da acção, tornando-nos emsimples mirones alheios - não que condene este afastamento antes pelo contrário.
Millennium Mambo é sem dúvida uma obra memorável.
Howie (Paul Franklin Dano) um deslocado rapaz de 15 anos surge como o novo alvo de Big John (Brian Cox) um pedófilo de meia idade que se aproveita de jovens rapazes, mas ao se aperceber dos problemas deste jovem os seus instintos paternais vêm ao de cima.
Michael Cuesta explora um dos crimes mais vis do mundo alargando o seu estudo para campos como as indecisões adolescentes, a necessidade de amor paternal e a procura por uma nova orientação já que não há nenhuma espécie de guia.
O filme surpreendeu-me de todos os modos, já que o crime não é condenado nem há a existência do choque físico, Cuesta inverga por uma nova percepção que desafia tudo, já que nos é apresentada uma relação complexa e uma necessidade interior e desmedida que nasce nas personagens; somos de facto obrigados a ver o filme com outros olhos.
O chocante é referido e colocado como atmosfera mas inexplicavelmente é desprezado, já que satiricamente no seio da trama principal é nos dada a conhecer uma história de incesto que em nada é explorada; logo o filme desaproveita, e bem, o rompimento que parecia necessário com os tabos ao nos retratar quase que como poeticamente um assunto tão desumano como a pedófilia.
A obra ganha maior credibilidade e mesmo maior intensidade dramática ao deixar-se viver soomente pelas emoções dos intérpretes, o realizador orquestra assim um único e estranho tom. O ambiente varia por entre o estranho afável, leves confissões e o doentio, e tudo muito bem medido, tudo no ponto.
Brian Cox está ao nível de como este assunto é originalmente desenvolvido, a sua intrepretação de um pedófilo manipulador e vulnerável é brilhante.
L.I.E. da-nos as tristes caras deste assunto e as caras que nos custam a acreditar que existem, com mestria o faz, com humanidade e complexidade em que o predador é indefinido o desejo carnal mistura-se como afecto paternal numa relação estranhíssima. Com maturidade, Cuesta dita-nos a marginalidade e a pureza das suas personagens, um verdadeiro profeta e o homem indicado para no passado ter embarcado num projecto que lhe pertencia: Kids.
O choque é desnecessário, e uma estranha beleza reluz. Docemente intragável.
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